Segundo o secretário de Política Agrícola, Ivan Wedekin, o orçamento aprovado pelo Congresso prevê a liberação de R$ 527 milhões em subvenção, mas o ministério havia pedido R$ 2,6 bilhões. Embora abaixo do esperado, o valor é um salto considerável em relação ao ano passado, quando os recursos somaram R$ 272 milhões.
Segundo o secretário, as políticas de apoio à comercialização são fundamentais para a formação de renda do agricultor brasileiro. "Esse ano é ponto fundamental, levando em conta a situação dos mercados", disse.
No ano passado, segundo balanço divulgado pelo secretário, o governo comprou quase 100 mil toneladas de milho em operações de Aquisição do Governo Federal (AGF), 222,7 mil toneladas por Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) e mais 749,3 mil toneladas de milho por meio de contrato de opções. Além disso, foram negociadas 375,7 mil toneladas em operações VEP (Valor do Escoamento do Produto) para atender basicamente às regiões Norte e Nordeste. No caso do trigo, o governo negociou 182,5 mil toneladas por AGF, 220,2 mil toneladas por PEP e 648 mil toneladas em contratos de opções. Ainda foram tirados do mercado por PEP 40,3 mil toneladas de algodão.
O secretário Ivan Wedekin informou ainda que a Lei 11.076, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mês passado, prevê o lançamento de contratos de opção privados. Segundo o secretário o novo modelo de comercialização será realizado por meio de dois leilões.
No primeiro, a ser feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a agroindústria poderá adquirir o direito de receber do governo uma subvenção para comprar o grão do produtor. "O governo vai pagar à indústria um prêmio, a ser definido previamente", explicou o secretário. "Quem ganhar o leilão fica obrigado a lançar um contrato de opção para o agricultor".


