Essa alta foi impulsionada, como explicam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – que avaliaram os dados da Secex - principalmente, pelo aumento da demanda oriunda da China, além da maior produção de pluma no ciclo 2022/23.

“Em relação a Mato Grosso, maior produtor nacional da pluma, o estado exportou, no acumulado, 1,32 mi t de pluma, o que representa 62,19% dos embarques nacionais, até o momento. Apesar do grande volume escoado, o estado reduziu sua participação nas exportações totais do Brasil em 3,75 pontos percentuais (p.p.) ante o mesmo período da safra passada, uma vez que outros estados, como São Paulo, têm ganhado mais espaço nos envios. Por fim, com os embarques aquecidos, o Imea projeta que Mato Grosso exportará no acumulado total da safra (ago/23 a jul/24) 1,73 mi t, volume 4,84% maior que o registrado na safra 2011/22”.

MERCADO – Ainda conforme o Imea, a comercialização da pluma mato-grossense da safra 2022/23, em abril, avançou 2,10 p.p. no comparativo mensal e atingiu 92,31%. Cabe destacar que houve desaceleração nas vendas no mês em análise, tendo em vista a desvalorização registrada nos preços negociados, que ficaram na média de R$ 140,28/@ (-2,48% ante mar/24). No que tange ao ciclo 2023/24, as negociações avançaram 3,49 p.p., em abril ante março, e atingiram 60,54% da produção estimada para o ciclo.

“Vale destacar que, devido aos preços menos atrativos na temporada, se comparados com os do mesmo período do ciclo 2022/23, as vendas estão com um atraso de 3,49 p.p. Quanto às cotações, as vendas foram realizadas com preço médio de R$ 138,94/@. Por fim, para o ciclo 2024/25, a comercialização alcançou 11,67% em abril, com avanço mensal de 2,78 p.p. a um preço médio de R$ 132,54/@ (-0,51% ante mar/24)”, acrescentam os analistas.

SAFRA - A estimativa de área plantada de algodão para a safra 2023/24, em Mato Grosso, foi mantida pelo Instituto no relatório de maio. Projetada em 1,41 milhão de hectares, o indicador aponta uma área de cultivo 16,84% superior ao registrado na safra 2022/23.
“Cabe lembrar que o aumento observado foi resultado do cenário de menor rentabilidade do milho em relação ao algodão, bem como a redução nos custos da cotonicultura, que possibilitaram o efetivo aumento na área dedicada ao cultivo da fibra natural, por parte dos produtores que já possuíam a estrutura necessária. Dessa forma, a área destinada à primeira safra de algodão segue estimada em 0,25 milhão de hectares, e em 1,15 milhão de hectares para as áreas de segunda safra, incrementos de 35,90% e 13,37% em relação à safra passada, respectivamente”, explicam os analistas do Imea.

Já em relação à produtividade das lavouras, o indicador exibiu incremento de 2,41% em relação à estimativa de abril, e foi projetada em 291,10 @/ha, volume 6,44% inferior ao registrado na safra 2022/23. “O aumento mensal registrado na estimativa de produtividade foi pautado pelo bom desenvolvimento das lavouras até o momento, relacionado, principalmente, ao bom volume de chuvas observado no início do ciclo. No entanto, de acordo com informantes do Imea, foram relatados alguns casos de podridão no baixeiro da planta, bem como alguns casos de mancha-alvo nas lavouras, o que pode impedir maiores rendimentos produtivos no algodoeiro”.

Os analistas chamam ainda à atenção para outras questões, como a incidência de chuvas nas próximas semanas podem afetar as últimas etapas do desenvolvimento das lavouras de algodão no estado. Considerando o reajuste na produtividade, para a safra 2023/24, a produção de algodão em caroço ficou projetada em 6,14 milhões de toneladas, 2,41% superior à última estimativa e 9,32% superior à safra 2022/23. No que tange à produção de pluma, esta ficou estimada em 2,55 milhões de toneladas.