"Quem já está colhendo está com produtividade acima da média para este período do ano", diz. "Andamos perto acima dos US$ 15,00 e agora estamos abaixo disso diante da oferta que vai aumentar e da falta da demanda curta", diz.


Ainda segundo os relatos de Brandalizze, as primeiras áreas colhidas estão marcando de 70 a 80 sacas por hectare - contra algo entre 50 e 60 para esta época em anos anteriores e para campos mais precoces - o que chega até os operadores na CBOT, ajudando na pressão sobre os futuros do grão.


Dessa forma, mantém-se o potencial para Mato Grosso, maior estado produtor de soja do Brasil, de uma safra de 45 milhões de toneladas, safra que será maior do que toda a produção da Argentina, que vem registrando uma quebra severa.


As chuvas que chegaram aos campos argentinos foram irregulares, porém, suficientes para também exercerem um peso sobre as cotações da soja em Chicago. "A safra da Argentina ainda está no começo, muitas lavouras plantadas há poucas semanas e, se continuar chovendo, tem espaço para uma recuperação de fôlego. Mas, imagino que não vá muito além de 40 milhões de toneladas", explica Brandalizze. "Essas chuvas podem amenizar novas perdas".


Aos poucos, o mercado vai dividindo suas atenções entre a safra recorde do Brasil - apesar das perdas que também sofreu - e a quebra da produção argentina.


MERCADO BRASILEIRO
Com as perdas desta segunda-feira, os preços da soja no mercado brasileiro também sentiram o peso e deram início à semana "mais acomodado", ainda sem uma corrida de negócios.


Foco também sobre o dólar e o financeiro nacional.


"Temos os dois formadores de preços da soja em reais fracos, começo de semana desfavorável para o produtor brasileiro", afirma Vlamir Brandalizze.