O vendedor aproveitou as condições favoráveis da primeira metade do ano – particularmente maio, quando o dólar encostou em R$ 6 – e negociou quase toda a safra 2019/20 e boa parte da soja que ainda nem foi plantada. Como consequência, o produtor está bem capitalizado e espera por cotações ainda melhores.

A demanda segue firme e, em função disso, os preços não param de subir, mesmo com o recuo do dólar em julho e com a leve alta dos contratos futuros em Chicago. Os prêmios de exportação subiram, refletindo esse quadro de escassez de produto.

Em Rondonópolis (MT), o preço avançou de R$ 109 para R$ 111 no período. Em Dourados (MS), cotação aumentou de R$ 105 para R$ 113. Em Rio Verde (GO), a saca passou de R$ 105 para R$ 109.

No Rio Grande do Sul, a saca de 60 quilos saltou de R$ 114,50 para R$ 117,50 em Passo Fundo em julho. Em Rio Grande, o preço pulou de R$ 117,50 para R$ 119. No Paraná, a cotação subiu de R$ 110 para R$ 112 em Cascavel e de R$ 117 para R$ 118 no Porto de Paranaguá.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro tiveram valorização de 0,68% em julho, encerrando o mês a US$ 8,88 ¼. Durante julho, o preço chegou a superar US$ 9 por bushel, em meio a sinais de recuperação da demanda norte-americana, apesar das previsões favoráveis para a safra americana, em fase de desenvolvimento.

O dólar comercial teve baixa de mais de 5%, encerrando o mês a R$ 5,159. A injeção de recursos em importantes economias mundiais e informações favoráveis em torno de uma vacina para combater o coronavírus ajudar a pressionar a moeda, mas as incertezas globais ainda merecem atenção.

PLANTIO - Os produtores brasileiros de soja deverão cultivar 37,80 milhões de hectares em 2020/21, a maior área da história, crescendo 1,8% sobre o total semeado no ano passado, de 37,15 milhões. A projeção faz parte do levantamento de intenção de plantio de Safras & Mercado.

Com uma possível elevação de produtividade, de 3.379 quilos para 3.501 quilos por hectare, a produção nacional deve ficar acima da obtida nesta temporada. A previsão inicial é de uma safra de 131,69 milhões de toneladas, 5,4% maior que o recorde de 124,93 milhões obtido neste ano.

“Mais uma vez, a ótima rentabilidade anotada na cultura surge como o grande fator de incentivo para a elevação da área brasileira. Com um consumo interno crescente e exportações cada vez mais fortes, a oferta de soja na nova temporada deverá alcançar um novo recorde”, destaca o analista de Safras, Luiz Fernando Roque.