A estabilização do período de seca, em Mato Grosso, passa a ser o grande aliado do produtor nesse momento e as perspectivas são de mais uma safra de volumes recordes. Se tudo se confirmar, o Estado - que desde o início dos anos 2.000 é o produtor nacional da fibra - estará ofertando sozinho cerca de 60% da produção nacional nesse ciclo.

Como destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a largada da colheita foi dada na semana passada e quase 1% da área coberta está colhida. O ritmo parece pequeno, mas é 0,46% pontos percentuais a frente do que o órgão registrava em igual momento de 2018. “Os trabalhos no campo se iniciaram apenas nas regiões oeste e sudeste, com 0,31% e 2,% de área colhida, respectivamente”. Nesse momento, as máquinas extraem o algodão de primeira safra, marca registrada dessas regiões que são as maiores produtoras mato-grossenses da pluma. Nessa temporada cultivam 361,46 e 328,85 mil hectares, respectivamente, respondendo juntas a mais de 60% da área plantada no Estado.

Os analistas apontam que nas semanas que antecederam à colheita, o clima no Estado se apresentou com bons períodos de sol durante o dia e queda nas temperaturas à noite, o que contribuiu para postergação da abertura das maçãs, principalmente, nas áreas de primeira safra para algumas regiões de Mato Grosso. “Para as próximas semanas é esperado que o processo nas lavouras se intensifique, uma vez que as condições climáticas indicam grande janela de sol, propiciando assim a abertura dos capulhos e auxiliando na evolução da colheita mato-grossense da safra 2018/19”.

RECORDE – No início desse mês, o Imea atualizou suas projeções ao algodão. Nessa quarta estimativa foram revisados apenas os dados de produtividade e, consequentemente, produção do algodão. A área cultivada atingiu 1,07 milhão de hectares, sendo previsto destinação de 158,93 mil hectares ao cultivo da primeira safra, enquanto que 913,54 mil hectares à segunda safra. “A área total fechou 35% superior em comparação a safra anterior, em decorrência, principalmente, do preço mais atrativo visto até no momento”, explicam os analistas. A produção da pluma está mantida em 1,85 milhão de toneladas, 35,2% maior que a colheita da safra anterior, em 1,35 milhão.

Em relação à oferta da pluma, além da maior superfície semeada, grandes volumes de chuvas registrados na maioria das regiões produtoras, as lavouras vêm se desenvolvendo de maneira satisfatória em boa parte das regiões mato-grossenses e nesse sentido a produtividade média da pluma no Estado para a safra 2018/19 foi revisada para 283,01 @/ha, o que representa um crescimento de 0,36% em relação a estimativa anterior. “No entanto, algumas regiões como a médio norte, nordeste e noroeste têm apontado maiores índice de apodrecimento nas maçãs, principalmente, os talhões cultivados em primeira safra, devido ao maior período de chuva nestas áreas”, advertem.