"Começamos a ver um otimismo generalizado, e carne é um produto que reage muito rapidamente a isso. Acredito que vai ter uma retomada", disse o executivo à reportagem.

Queiroz avalia que a escolha da deputada Tereza Cristina para chefiar o Ministério da Agricultura foi a mais acertada dentre os nomes disponíveis.

Para ele, as notícias sobre as relações entre a futura ministra e a JBS, concorrente da Minerva, não trazem preocupação. "Ela tem conhecimento do Legislativo e do Executivo", disse.

Quando ocupava uma secretaria do governo de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina concedeu incentivos tributários à JBS, para a qual também arrendava uma propriedade.

Na semana passada, a Minerva registrou o pedido de IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) de sua subsidiária Athena Foods no Chile. A expectativa é que o IPO ocorrerá no início do segundo trimestre de 2019, disse Queiroz.

Ele não revela os valores que pretende arrecadar com a operação, que deve ajudar a empresa a reduzir seu índice de alavancagem –medido pela relação entre dívida líquida e Ebitda (indicador que sinaliza a geração de caixa)–, que cresceu muito durante o processo de expansão da Minerva pela América do Sul.

A expansão foi impulsionada no ano passado com a compra de ativos da JBS na Argentina, no Paraguai e no Uruguai, quando o frigorífico dos irmãos Joesley e Wesley Batista entrou em uma crise de reputação e foi levado a vender parte de seus negócios.

A crise do rival foi oportuna para que a Minerva aprimorasse sua liderança nos países vizinhos. O IPO vem agora como saída encontrada pela Minerva para amenizar a elevação do endividamento proporcionada pelas aquisições.

A empresa também tem em curso um aumento de capital privado de até R$ 1 bilhão.