A suspensão pode ser considerada uma vitória para os produtores, autoridades sanitárias, engenheiros agrônomos, pesquisadores e técnicos, que há alguns anos vêm relatando perdas de eficiências de alguns princípios ativos presentes em muitos produtos utilizados.
Como explica o Mapa, a medida foi pautada na avaliação de laudos de eficácia e pareceres técnicos pela Comissão Técnica de Reavaliação Agronômica de Produtos Formulados de Agrotóxicos para o Controle de Phakopsora pachyrhizi Cultura da Soja. A comissão avaliou, em 2016, os fungicidas com ativos isolados, a partir de laudos de eficácia e pareceres técnicos enviados pelas empresas fabricantes. O trabalho da comissão continua em 2017, com a avaliação de fungicidas formulados em misturas.
De acordo com a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, essa reavaliação vem sendo feita em razão da redução da sensibilidade do fungo Phakopsora pachyrhizi a alguns fungicidas. Muitos fungicidas registrados tiveram sua eficiência reduzida por adaptação do fungo, embora até o momento não tivessem seu rótulo alterado, podendo induzir o produtor a utilização de produtos com baixa eficiência e perdas de produtividade com essa doença.
A diretoria da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT) reforça que neste último trimestre a reavaliação dos fungicidas foi uma das pautas mais importantes da entidade. A ferrugem asiática é uma doença que atinge a sojicultura e impõe inúmeras perdas às lavouras. Em doze anos, desde que foi descoberta, já causou mais de US$ 10 bilhões de prejuízos. “Para combatê-la, os agricultores devem fazer uso de fungicidas com diferentes modos de ação e princípios ativos”, pontua o diretor técnico, Nery Ribas.
A 2ª vice-presidente Norte e coordenadora da comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja/MT, Roseli Giachini, frisa que para o produtor, é muito importante ter confiança no produto que está usando e assim “não usar defensivos ineficientes ou de baixa eficiência”.
O diretor técnico da Associação, Nery Ribas, acrescenta que muitos produtos têm perdido a eficiência com o passar do tempo devido ao aumento de resistência criada pelos fungos e que quando há perda de eficiência, aumentam os custos e aumentam as perdas nas lavouras, com a menor produtividade das plantas. “Gaste-se mais para combater e controlar a doença e ao menos tempo se colhe menos”.
O ATO 71 - Estão suspensos para o uso na sojicultura os seguintes fungicidas: Adante, Alterne, Apice, Arcadia, Array 200 EC, Artea, Band, Brio, Bumper, Buran, Burgon, Celeiro, Constany, Egan, Elite, Envoy, Erradicur, Excolha, Fegatex, Flama, Flexin, Folicur 200 EC, Guapo, Icarus 250 EC, Juno, Juwel, Keep 125 SC, Konazol 200 EC, Mirador, Oranis, Orius 250 EC, Palisade, Priori, Priori Top, Quadris, Rival 200 EC, Rivax, Score, Shar Conazol, Shar-teb, Simboll 125 SC, Skip 125 SC, Soprano 125 SC, Stratego 250 EC, Systemic, Systhane 250 EC, Eysthane EC, Tacora 250 EW, Tebuco Nortox, Tebuconazol 200 EC agria, Tebuconazole CCAB 200 EC, Tebufort, Tebuhelm, Tebuzol 200 EC, Tenaz 250 SC, Treasure, Triade, Trifoli, Trinity 250 SC, Verdadero 600 WG, Virtue, Yoda e Zoom.


