Como destacam os analistas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) por vários meses, o esmagamento da soja foi tendo seu recorde renovado, colocando o Estado em evidencia em relação as outras unidades da Federação. “Devemos destacar a importância e o crescimento de Mato Grosso na agregação de valor à soja”, apontam os analistas. Mais do que movimentar a cadeia da soja, o esmagamento mostra que mais grãos estão sendo comercializados e ou exportados após processo industrial, o que agrega valor à matéria-prima local.

Mesmo com oferta escassa do grão in natura há alguns meses, o Imea destaca que um dos motivos que explicam este volume recorde para outubro é o fato de algumas indústrias resolverem parar suas atividades em setembro para adiantar as manutenções de final do ano. “Como a estimativa do Imea é de que sejam esmagadas 10,21 milhões/t em 2020, faltariam apenas 1,30 milhão/t para serem processadas entre novembro e dezembro. Além disso, é válido destacar os constantes recordes do Estado quanto ao esmagamento: na comparação com outras unidades da federação, Mato Grosso vem renovando máximas históricas há vários meses. Porém, vale a lembrança de que alguns estados, principalmente na região sul do país, tiveram quebra de safra recentemente, o que reflete na menor oferta de produto para a indústria em nível nacional”. De qualquer maneira, Mato Grosso vem agregando valor à matéria-prima.

MENOR ESTOQUE – O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou seu relatório mensal de oferta e demanda na última semana. Houve redução na produção estimada dos EUA (que estão finalizando a colheita) de 2,65 milhões/t e da Argentina, de 2,50 milhões/t (devido ao tempo seco e condições de La Niña para os próximos meses). Estes dois países, mais o Brasil, são os principais produtores de soja. Por isso, a redução causou pressão nos estoques, que ficaram estimados em 86,52 milhões/t em nível mundial (safra 2020/21), o menor valor desde a safra 2015/16. O recuo nas estimativas fez as cotações da oleaginosa em Chicago ultrapassarem US$ 11,40/bu no contrato corrente e no contrato mar/21, algo não visto há muitos anos. Esta valorização impactou nas cotações em Mato Grosso, apesar do recuo do dólar nos últimos dias. Com isso, o Indicador Imea/MT e o preço paridade exportação mar/21 fecharam em elevação de 0,88% e 0,81% na média semanal, respectivamente. Em cifras, o valor médio da saca passou de R$ 170,39 para R$ 171,88 na comparação entre a semana retrasada e a passada. No mesmo momento do ano passado, a saca estava custando em média, no Estado quase R$ 100 a menos: R$ 76,32.

PLATIO - A semeadura em Mato Grosso atingiu 94,06% das áreas esperadas até o final da semana passada, avanço de 10,82 pontos percentuais (p.p.) em relação à semana passada. Este valor continua abaixo ao da safra 2019/20, porém, está acima da média dos últimos cinco anos.