A notícia é positiva, principalmente quando se considera que no primeiro trimestre de 2020 as perspectivas eram de um “ano perdido”, devido à retração no consumo, em geral, gerada pela pandemia do novo coronavírus. Tanto é que em relação à estimativa feita em junho, o VBP da pecuária agora traz um incremento de 7,34%. As receitas específicas da bovinocultura têm projeção positiva de 6,98%, passando de R$ 17,36 bilhões para R$ 18,57 bilhões.

“Aumentamos nossas exportações em volume e faturamento. A produção se mantém elevada e o consumo interno por alimentos foi preservado. Além disso, neste trimestre o comércio reabriu e há grande demanda externa, atrelada à valorização do dólar”, analisa o diretor de Operações do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.

Se a demanda externa está firme, internamente o atual ciclo da pecuária, que sugere retenção de fêmeas e menor oferta de animais, têm alavancado os preços da arroba mato-grossense.

A bovinocultura só perde na participação do VBP para a sojicultura, respondendo por 18,7% da receita total do campo. Já a pecuária (considerando ainda avicultura, suinocultura e as cadeias de leite e ovos) representa 23,45% do valor estadual, ou R$ 23,44 bilhões.

A nova estimativa do VBP para Mato Grosso indica faturamento de R$ 99,53 bilhões, o que significa uma alta de 5,38% frente a anterior (de junho) e de 23,45% na comparação com os R$ 80,63 bilhões consolidados em 2019. O VBP considera a renda gerada da porteira para dentro das propriedades, ponderando preços médios e o volume dos rebanhos negociados.