Os preços altos do milho, puxados pelo câmbio, estimulam os produtores a continuarem semeando. O tempo quente e seco, porém, pode fazer com que áreas pontuais fiquem sem plantar e áreas já semeadas, mas prejudicadas pela falta de umidade, não tenham replantio. A AgRural divulgará uma revisão de sua estimativa de área na primeira quinzena de abril. No início de março, foi projetado aumento anual de 3%.

FOCOS DE ATENÇÃO - Os estados que mais inspiram cuidados são Paraná e Mato Grosso do Sul. As chuvas da semana passada foram bem-vindas, mas não bastaram para repor a umidade do solo. Também há apreensão em São Paulo. Nos três estados, o tempo deve ficar seco nesta semana, mas há chuva prevista a partir de sábado (28).

SOJA - Dados da AgRural mostram que a área cultivada com soja na safra 2019/20 do Brasil estava 66% colhida até quinta-feira (19), contra 67% um ano atrás. Com os trabalhos praticamente encerrados em Mato Grosso, entrando na reta final em Mato Grosso do Sul e Goiás, e avançando bem no Paraná, o foco segue no Rio Grande do Sul.

O estado gaúcho recebeu apenas chuvas leves e esparsas na semana passada e continuou enfrentado altas temperaturas - combinação que não dá trégua para as lavouras mais tardias. Por isso, o Rio Grande do Sul deve ter novo corte de produtividade na estimativa de abril, após três reduções consecutivas desde o início do ano. Também há perdas pontuais em Santa Catarina e em áreas isoladas do Paraná, que serão avaliadas pela AgRural em sua revisão de safra do mês que vem.

No início de março, a AgRural reduziu sua estimativa de produção do Brasil para 124,3 milhões de toneladas, com as perdas do Rio Grande do Sul sendo parcialmente compensadas pelas boas produtividades de outros estados.