O milho segunda safra, movido pela dobradinha tecnologia aplicada ao campo e clima favorável deve bater a marca 32,26 milhões de toneladas e superar o volume de 32,50 milhões de toneladas colhidas da oleaginosa. Mesmo que não ultrapasse a soja, o cereal já encerra o ciclo com recordes históricos em produção, produtividade e área plantada.

Os dados fazem parte do 6º Estimativa de Safra divulgada pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e consolidam a pujança e importância da cultura para o arranjo agropecuário estadual, já que o milho surgiu como uma alternativa de cobertura de solo e renda até bem pouco tempo atrás e de repente passou a ser uma matéria-prima disputada por usinas de etanol e pelo mercado exterior. Até setembro, por exemplo, o cereal foi responsável por 20% de tudo que o Estado faturou com o comércio exterior (US$ 12,69 bilhões), acrescentando sozinho US$ 2,57 bilhões à pauta, um incremento anual de 55% em cifras.

O Imea divulgou a sexta estimativa para a safra 2018/19 de milho em Mato Grosso, trazendo a consolidação da produtividade e atualização na área, alternado assim a produção prevista no Estado. “A expectativa é que a produção do milho mato-grossense para safra 2018/19 seja a maior produção do Estado ultrapassando à soja, ficando prevista em 32,26 milhões de toneladas, um incremento de 14,15% em relação ao que foi visto na safra 2017/18”, como apostam os analistas do Órgão.

Conforme os dados da estimativa, a área recorde de milho em Mato Grosso totalizou 4,86 milhões de hectares, um incremento de 2,67% em relação à safra anterior, resultado do adiantamento nos trabalhos de campo em todo o período da semeadura e na espera da confirmação da área via sensoriamento remoto.

“Nesse novo relatório, além do levantamento periódico foi realizado uma pesquisa com 554 produtores mato-grossense nesta estimativa. Assim, a produtividade média foi consolidada em 110,68 sc/ha, evidenciando um avanço de 11,18% em relação à safra passada. Tal incremento foi pautado, sobretudo, nos reportes de rendimentos mais elevados, ressaltados até a finalização da colheita, registrando assim as maiores produtividades que o observado em safras anteriores no mesmo período”, completam os analistas do Imea.

EXPANSÃO - Algumas regiões do Estado exibiram aumento no rendimento em no comparativo com a estimativa anterior, com ênfase para as regiões sudeste e oeste, que apontaram as maiores médias locais, com 114,46 sc/ha e 116,16 sc/ha, respectivamente. A região nordeste se destacou no comparativo anual por safra ao exibir 25,28% de melhora nos rendimentos.

Como pontuam os analistas, houve uma confluência de fatores positivos. “O incremento em produtividade se deve ao bom volume pluviométrico registrado durante todo o período de desenvolvimento, em conjunto com o fato de que maior parte da área de milho foi cultivada dentro da janela ideal de semeadura no Estado, favorecendo o desenvolvimento de grande parte das lavouras dentro do regime de chuvas”.

NOVA SAFRA: Além da safra 2018/19, o Imea divulgou também a 1ª estimativa da safra 2019/20 de milho com previsões iniciais quanto à área cultivada e aos rendimentos no campo para o próximo ano agrícola. A perspectiva quanto à área é 2,36% maior em relação à safra 2018/19, ficando prevista em 4,97 milhões de hectares. “Essa expansão se deve ao crescimento na demanda pelo cereal, principalmente, pela instalação de novas usinas de etanol a base de milho, em conjunto, com a demanda internacional pelo grão”, explicam os analistas.

Em relação aos rendimentos, são esperadas 105,9 sc/ha na média do Estado, ou seja, um decréscimo de 4,25% em relação à da safra 2018/19, que por sua vez, foi a maior já registrada pelo Instituto. “Há preocupação quanto à janela ideal de cultivo do cereal, visto que a semeadura de soja segue lentamente neste início. Apesar das incertezas quanto à safra de soja, a expectativa é que a produção do milho mato-grossense para safra 2019/20 alcance 31,62 milhões de toneladas”, o que confirmada, resultará em 640 mil toneladas a menos frente ao ciclo atual.