Mato Grosso, que detém o maior rebanho de bovinos do país, tem apenas um frigorífico habilitado a exportar para aquele país. “O governo chinês se comprometeu em anunciar, até o final de junho, a habilitação de pelo menos 20 das 30 unidades frigoríficas enviadas pelo Mapa como aptas à exportação. Temos apenas uma planta habilitada pela China e, mesmo assim, este é o nosso terceiro maior mercado consumidor”.

Como avalia Nolasco, o Brasil, por meio da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Tereza Cristina, foi muito assertivo ao apoiar o vice-ministro de Agricultura da China, Qu Dongyu, para ocupar o cargo de diretor-geral da FAO. “Mais do que uma estratégia particular de mercado, visto o crescente consumo chinês das commodities agrícolas brasileiras, apoiar a China também fortalece todos os países em desenvolvimento no mercado internacional de alimentos”.

Qu Dongyu foi eleito ontem como diretor-geral da FAO, com um discurso de justiça e transparência. Sua plataforma de trabalho se aproxima do discurso brasileiro por um comércio internacional mais justo e viável para todas as nações, sobretudo para as que estão em desenvolvimento.

“Com a confirmação do apoio e eleição do vice-ministro chinês como diretor-geral da FAO, cresce a expectativa brasileira com relação à habilitação de mais plantas frigoríficas para exportar à China. Fora isso, a demanda aquecida por proteína, em decorrência da crise de abastecimento devido à gripe suína, deve contribuir para acelerar o processo de ampliação do mercado”.

Como explica o presidente do Imac, o apoio de Tereza Cristina à China foi anunciado em maio durante uma missão brasileira realizada pela Ásia. “Houve até uma certa expectativa de que o Brasil apoiasse o candidato da Geórgia, mas no último sábado a ministra da Agricultura reiterou o compromisso firmado no último mês, durante a viagem à China. O Imac integrou parte da comitiva justamente com foco no mercado chinês para nossa carne e, na época, o apoio foi considerado imprescindível para aproximar os países e estreitar os laços diplomáticos com aquele governo”.

Nolasco destaca que enquanto se aguarda a ampliação das exportações para a China, “o Imac atua para fortalecer o setor com a aproximação de diferentes países consumidores. Um trabalho que envolve produtores rurais, indústrias, governo e os consumidores e potenciais compradores da nossa carne”.