Os primeiros talhões colhidos – conforme levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) – estão nas regiões nordeste, sudeste e médio norte. Na safra 2018/19, o milho safrinha ocupa 4,47 milhões de hectares, superfície 2,67% maior que a cultivada no ciclo anterior. Dentro da cobertura atual com o cereal é esperada a oferta de 29,36 milhões de toneladas, o que se confirmado, será 6,46% acima da produção de 2018.

A colheita do milho em Mato Grosso já representa um avanço de 0,26% sobre a área do Estado, o que já corresponde a um adiantamento em relação ao mesmo período da safra passada e à média dos últimos cinco anos, reflexo da antecipação na etapa inicial da semeadura, cuja maior parte da área pôde ser cultivada dentro da janela ideal. “O destaque desse começo de colheita vai para a região nordeste, que já exibe 1,32% da área colhida, o que representa um recorde para o período. Para as demais regiões, ainda não foram reportados avanços representativos, devido à passagem de frente fria e alta umidade na última semana que impediram a secagem do cereal. Dessa forma, é esperada que a intensificação da colheita se dê ainda no mês de junho, quando é previsto que as regiões estejam com as colheitadeiras no campo, a depender também do comportamento climático para as lavouras atingirem o ponto certo de colheita”, avaliam os analistas do Imea.

Com o início da colheita do milho da safra 2018/19, o preço do cereal mato-grossense apresentou um recuo semanal de 2,19%, ficando cotado a uma média de R$ 22,58/sc.

DESAFIOS DO ESTADO – A retomada dos trabalhos no campo traz à tona um velho desafio ao produtor mato-grossense: a armazenagem do cereal, como alertam os analistas do Imea.

De acordo com dados da Conab, atualmente a capacidade de estocagem de grãos do Estado está em 37,48 milhões de toneladas, e, apesar do seu crescimento de 24,29% nos últimos cinco anos, a expansão ainda não foi suficiente para atender às necessidades do Estado.

Levando em consideração a recomendação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), de que a disponibilidade ideal de armazéns é de 120% da produção, estima-se que, para a estocagem de grãos em Mato Grosso ser satisfatória na safra 2018/19, seria necessária uma capacidade global de 74,24 milhões de toneladas. “Considerando essa premissa, vemos que o Estado possui déficit de 98,07%. Dessa forma, em vista das dificuldades de armazenagem que o Estado continua enfrentando, é importante que o produtor se planeje para mitigar possíveis prejuízos na safra 2018/19”.

Os analistas apontam ainda para o avanço na comercialização do cereal, que chega às vésperas da colheita cheia, com mais de 62,29% da estimativa de produção vendida de maneira antecipada. O ganho anual de 3,83 pontos percentuais em relação a maio do ano passado é um indicador de que os produtores estão atentos às variações do mercado e aproveitando momentos oportunos para travar preços.