A diferença entre o número de abates realizados e a comercialização de couro, chamou a atenção da diretoria do Sindicato dos Indústrias de Frigoríficos do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo/MT), estado que detém o maior rebanho de bovinos do país, com mais de 30 milhões de cabeças. “Se foram abatidas 31,90 milhões de bovinos, como que o setor de curtumes declara ter recebido cerca de 35,10 milhões de peças? A conta não fecha, fica faltando declarar de onde saíram cerca 3,2 milhões de cabeças de bois que geraram essa diferença no volume de couro”, analisa Paulo Bellincanta, presidente da entidade.

Bellincanta afirma que estes dados demonstram, com muita clareza, a existência de um comércio ilegal de abate clandestino que está excessivamente alto e preocupante.

“A falta de procedência dos produtos que são consumidos pode causar danos graves à saúde. O caso da carne merece atenção especial, pois se o alimento estiver contaminado, o consumidor pode ter intoxicações alimentares, além de contrair doenças”, alerta o pecuarista.

Como frisa, é importante observar se o produto foi inspecionado o que garante a sanidade e a qualidade do produto.

Além de intoxicações alimentares, ingerir o alimento não fiscalizado pode ser a porta de entrada para doenças transmitidas dos animais aos homens, as chamadas zoonoses.

Para Belincanta, a situação revela a falta de uma ação governamental tanto em relação ao aumento e rigor da atuação da vigilância sanitária, quanto de políticas públicas em relação a tributos mais leves para evitar a sonegação fiscal por parte do referido abate clandestino.