O presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC), Guilherme Nolasco, apresentou um levantamento apontando que a maioria dos animais com mais de 36 meses é destinada ao abate e que muitos deles apresenta algum tipo de reação decorrente da vacina, como abscesso e inflações. "Os resíduos vacinais em animais abatidos trazem prejuízos ao produtor e à indústria frigorífica, além de comprometer a imagem de nossa carne no mercado", explica Guilherme Nolasco.

De acordo com o estudo, em 2017, o prejuízo financeiro médio foi de R$ 12 por animal, o que representou uma perda de R$ 68 milhões para cadeia produtiva da carne. "Mostramos aos membros da Câmara o tamanho do prejuízo decorrente da vacinação em animais com idade próxima ao abate. Como grande parte dos animais com mais de 36 meses é transportada somente quando vai para o abate, não há tempo hábil para que os resíduos da vacina sejam absorvidos pelo organismo, causando reações e inflações", afirma Nolasco.

Os dados apresentados por Guilherme Nolasco cruzam as informações de pesquisadores sobre as perdas decorrentes da vacina com os dados das Guias de Transporte Animal (GTA) que descrevem o destino do animal. "Conseguimos identificar que grande parte dos animais com mais de 36 meses circula para o abate, ou seja, fica menos suscetível ao contato com outros animais".

A proposta aprovada na Câmara sugere a retirada gradual da vacinação a partir de 2019 para os dos animais com mais de 36 meses e de, em 2020, vacinar somente os animais até 24 meses. Em 2021, Mato Grosso, conforme o Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), eliminaria a vacinação de todo rebanho.