A estimativa da safra de grãos 2017/18, para Mato Grosso, foi revista pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e deverá ficar 1% menor do que o volume do ciclo anterior, total que foi recorde para a série histórica do Estado. Conforme dados que fazem parte do 10º levantamento da estatal, divulgado ontem, serão 61,37 milhões de toneladas ante 61,98 milhões de toneladas, de 2016/17.

Mesmo com a correção, Mato Grosso segue pelo sétimo ano seguido como o maior produtor de grãos e fibra do país, e nesse ano, deverá responder sozinho por 26,85% de toda a oferta nacional nesse ciclo. Nessa safra, a oferta está alicerçada pelo algodão e pela soja, ambos com previsão de volumes recorde para esse ciclo. A revisão para baixo na produção de Mato Grosso foi motivada pelo milho, cultura que deverá fechar o ciclo com volume abaixo do que foi colhido no ano passado, cerca de -9,4%.

SOJA - Em Mato Grosso, devido a fatores tais como o clima favorável, melhorias no uso de sementes e o plantio em momento propício no que diz respeito ao calendário agrícola, a produtividade média alcançou 3.394 quilos por hectare (kg/ha), patamar 3,7% superior aos 3.273 kg/ha obtidos no último ciclo. Diante do ganho na produtividade, Mato Grosso colheu a maior produção já registrada, de 32,3 milhões de toneladas em 2017/18, com avanço de 5,9% em relação as 30,5 milhões obtidas no último ciclo.

Em relação à oferta nacional, 118,88 milhões/t, o Estado estará participando com 27% desse total em 2017/18.

ALGODÃO – Também com estimativa de recorde histórico de produção em Mato Grosso, o algodão se encontra predominantemente em estádio de maturação, com algumas áreas já colhidas na região sudeste, totalizando cerca de 5% das lavouras colhidas até o fechamento de junho.

A colheita deve ganhar ritmo na primeira quinzena de julho e o rendimento médio deve ficar na ordem dos 4.100 kg/ha.

Paralelamente aos trabalhos de colheita, são realizadas ações de combate ao bicudo, a fim de reduzir a pressão da praga para a próxima safra.

Cerca de 75% da produção estadual está comercializada. Diferentemente do mercado da soja e do milho, o impasse envolvendo o tabelamento dos fretes rodoviários não prejudicou tanto os negócios com a pluma durante o mês, pois as indústrias estão desabastecidas e necessitam do produto mesmo com um custo logístico maior. Além disso, o valor agregado da carga, mais elevado, minimiza o aumento no custo do transporte.

Para essa safra, a Conab aponta oferta de pluma em 1,27 milhão/t, 26% maior que o saldo do ano passado, 1,01 milhão/t. A área plantada aumentou 24%, saindo de 627,8 mil hectares para 777,8 milhão hectares.

MILHO – A cultura registra em 2018 reduções na área plantada, na produtividade e na produção, quando se comparam os dados com o obtido na safra passada, ano de recorde de produção em Mato Grosso.

A oferta do grão, que deve ter sua colheita intensificada nessa semana, está estimada em 25,93 milhões/t, ou 9,4% menor que o contabilizado na temporada passada, 28,61 milhões/t. A superfície passou 4,60 milhões/ha para 4,47 milhões, redução anual de 2,9%. O rendimento por hectare encolheu 6,6%.

BRASIL – Essa será a segunda maior safra da história, deve ser de 228,5 milhões/t, com uma redução de 3,9% ou 9,2 milhões/t a menos que a da safra passada, quando chegou a 237,7 milhões. A expectativa para a área é de 61,6 milhões/ha, a maior já registrada.

Em comparação com o último levantamento, realizado no mês passado, a produção diminuiu 1,2 milhão/t. O resultado da queda se deve aos impactos climáticos que refletiram numa nova estimativa de produtividade para o milho segunda safra. Mesmo com um menor desempenho neste índice, o cereal terá uma produção total de 82,9 milhões de toneladas, sendo grande parte desse volume devido à colheita da segunda safra, algo próximo a 56 milhões/t.

Com boa produtividade, a soja é destaque positivo com uma produção que pode chegar a 118,9 milhões/t. Registraram aumento o algodão em pluma, o feijão segunda safra e o trigo, quando comparados com a safra anterior. O primeiro subiu 28,5%, alcançando 1,9 milhão/t, o segundo, 7,7%, chegando a 1,3 milhão/t, e por último o trigo, com aumento de 15% e alcance de 4,9 milhões/t.

Entre as culturas avaliadas, a soja registrou o maior volume de área semeada, com um aumento de 33,9 para 35,1 milhões/ha e ganho absoluto de 1,2 milhão/ha. Outros ganhos absolutos ocorreram com o algodão que chegou a 1,2 milhão/ha, graças ao aumento de 236,9 mil/ha, e com o feijão segunda safra que obteve 1,5 milhão/ha, ganho de 108,3 mil hectares. Neste caso, contribuiu muito o feijão caupi que, pelo acréscimo de 158,5 mil/ha, obteve 1 milhão de hectares.

O desempenho poderia ser melhor, se não houvesse redução de área do milho primeira e segunda safras, em razão de expectativas de mercado. O primeiro caiu de 5,5 para 5,1 milhões/ha e o segundo, de 12,1 para 11,6 milhões.